A família é um grupamento de almas reunidas para o reajustamento coletivo — sejam espíritos que necessitam de reconciliação, sejam almas afins que se amparam mutuamente nas lutas do caminho.
A família não é uma união de iguais, mas de seres com diferenças. Essas diferenças fazem parte do processo construtivo, pois as necessidades se suprem enquanto as potencialidades se complementam.
Não se trata de uma união utilitarista de seres interesseiros; trata-se, antes, de uma reunião útil de seres comprometidos com a felicidade e o crescimento mútuo.
A família não é apenas o laboratório das almas, mas também o cadinho onde são triturados os pequenos grãos das mazelas da própria carne.
É exatamente no ambiente do lar que a tarefa da evangelização tem seu primeiro e mais importante espaço. É evangelizando-se, à medida que evangeliza os seus, que cada um cumpre sua cota na grande tarefa de transformação: de si mesmo, da coletividade e do planeta.
A família não é uma organização estática, mas dinâmica. Mudam-se as posições, os atores e os protagonistas. Mudam-se os grupos familiares, o que não representa sua efemeridade, mas amplia nossa compreensão de que os laços familiares se expandem a cada existência.
Na sucessão das encarnações, os grupos familiares se ampliam: amigos de agora foram, ou poderão voltar a ser, a família que aquece o coração.
Haverá um dia em que não apenas compreenderemos, mas viveremos em plenitude a certeza de que todos nós compomos a grande família universal que chamamos de humanidade terrestre.