É com o coração repleto de sentimentos contraditórios que compartilhamos esta notícia: nosso querido Divaldo Pereira Franco, baiano de sorriso largo e alma ainda mais vasta, despediu-se do plano físico no dia 13 de maio de 2025, aos 98 anos completos. Se por um lado a saudade já nos aperta o peito, por outro sabemos que as portas da Pátria Espiritual se abriram para receber um de seus mais dedicados embaixadores na Terra.
Divaldo não foi simplesmente um espírita – foi um verdadeiro apóstolo do Cristo nos tempos modernos. Como gostava de dizer com seu carisma inconfundível: “Sou espírita por convicção, mas cristão por devoção!” E não eram apenas palavras bonitas. Enquanto muitos de nós ainda tropeçamos tentando praticar um único ensinamento do Evangelho, Divaldo conseguiu a proeza de transformar o “amai-vos uns aos outros” em uma obra monumental de concreto e suor na periferia de Salvador.
A Mansão do Caminho, fundada por ele e seu fiel amigo Nilson de Souza Pereira, é mais que um complexo assistencial – é a prova viva de que o amor em ação pode, sim, mudar o mundo. Quando começou, em um modesto casebre, quem imaginaria que se tornaria um farol de esperança para mais de 30 mil crianças e jovens? Como uma pequena semente que se transforma em árvore frondosa (metáfora que o próprio Divaldo adorava usar), o trabalho cresceu, floresceu e gerou frutos por toda parte. E o mais impressionante: tudo isso sem jamais estender a mão em busca de benefícios materiais para si.
“Médium e mensageiro da paz”, com a humildade que lhe era característica. Divaldo foi o instrumento dedicado através do qual mais de 250 obras espirituais e mais de 10 milhões de exemplares vendidos, chegaram até nós, psicografadas com a mesma dedicação com que acolhia uma criança abandonada. Sua mediunidade foi um canal cristalino por onde fluíram mensagens de esperança, conhecimento e consolo. “Se a psicografia fosse um esporte olímpico, Divaldo teria o peito coberto de medalhas de ouro!” Alguns de nós costumava brinca nos corredores do nosso Centro.
Quantos de nós não fomos tocados por sua oratória vibrante? De pé, por horas a fio (mesmo quando o corpo já pedia descanso), ele transitava entre complexos conceitos filosóficos e simples histórias do cotidiano com a mesma desenvoltura com que viajava pelo mundo – mais de 70 países e contando! Era como se tivesse o dom de construir pontes – pontes entre o céu e a terra, entre culturas diferentes, entre religiões diversas. Para Divaldo, o importante não era o rótulo que cada um carregava, mas a essência divina que todos compartilhamos.
Agora, enquanto as lágrimas ainda embaçam nossos olhos, queremos expressar nossa mais profunda gratidão. Gratidão pelo exemplo de dedicação incansável. Gratidão pelas palavras que iluminaram nossos caminhos nos momentos mais sombrios. Gratidão pelo sorriso que nunca esmorecia, mesmo quando as dificuldades pareciam insuperáveis. Como uma bússola apontando sempre para o norte, Divaldo nos ensinou a direção do bem sem jamais nos impor o caminho.
Sabemos que sua missão não termina aqui. Como ele mesmo gostava de lembrar: “A morte é apenas uma mudança de plano vibratório”. Estamos certos de que, do lado de lá, já deve estar organizando uma nova turma de trabalho, talvez até mesmo pedindo a Joanna de Ângelis (sua mentora espiritual) para pegar leve com os novos compromissos, enquanto ele ainda tenta dar uma “espiadinha” em seus filhos da Mansão do Caminho.
Em nome do Centro Espírita Maria Madalena, expressamos nosso profundo respeito e eterna gratidão a esse gigante do Espiritismo. Divaldo Pereira Franco, sua voz pode ter silenciado no plano físico, mas o eco de seus ensinamentos continuará reverberando em nossos corações e ações. Até breve, querido amigo e mestre – pois, como você mesmo nos ensinou, não existem adeus definitivos para aqueles que se amam em Cristo.
“Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sempre, tal é a lei” – Allan Kardec
Centro Espírita Maria Madalena Semeando Luz nos corações.